A Índia nesse ano de 2023 conseguiu realizar um dos feitos mais incríveis da exploração espacial, pousou no polo sul da Lua a sua sonda Chandrayaan-3. Mas isso não representa o final da estratégia de exploração lunar da Índia, muito pelo contrário, isso faz parte de um plano ainda maior.

A imprensa indiana circulou nas últimas semanas muitas notícias vindas da ISRO, a Organização de Pesquisa Espacial da Índia, dizendo que a agência tem os planos de enviar para a Lua a missão Chandrayaan-4, e dentro da programação de exploração lunar, essa missão teria como objetivo enviar para a Terra, amostras da Lua. A missão seria composta por 44 módulos que iriam ser enviados para a Lua através de dois lançamentos.

O primeiro passo para esse grande desafio seria enviar para a Lua um módulo de pouso que seria responsável por coletar amostras da Lua e um módulo que seria responsável por decolar da superfície lunar com essas amostras.

O local de pouso seria próximo de onde hoje descansa a Chandrayaan-3, perto do polo sul lunar, região de muito interesse, pois deve possuir uma grande quantidade de gelo de água, e isso é fundamental para que se possa ser usado em sistemas de suporte a vida e para fabricar combustível de foguete.

Em outro lançamento seriam enviadas para a Lua duas partes adicionais da missão, um módulo de transferência de amostras e um módulo de reentrada que traria as amostras para a Terra. Esses dois módulos seriam enviados mais tarde e ficaram na órbita lunar.

O plano específico da missão ainda não está claro e nem foi divulgado em detalhes, mas a ideia é que o módulo de pouso e o módulo de ascensão lunar pousariam na borda de uma cratera próxima do polo sul da Lua. Então, o módulo ascensão com as amostras recolhidas seria lançado da superfície da Lua e iria transferir suas amostras para o módulo de reentrada. Os módulos de transferência e de reentrada retornariam para a Terra, com as amostras recolhidas na Lua para realizar um pouso seguro.

É uma missão muito ambiciosa, e a meta é que esse desafio seja realizado nos próximo 5 a sete anos. Esse plano da Índia de envolver diferentes missões para trazer amostras da Lua para a Terra é parecido com o plano da NASA de coletar amostras do solo marciano. Se pensar bem, a missão de retorno de amostras de Marte já começou com o rover Perseverance, e deve finalizar na década de 2030 com o envio de outras missões. O problema é que atualmente essa missão de retorno de amostras de Marte está passando por uma crise de orçamento.

O anúncio de uma nova missão para a Lua pela Índia, e essa nova missão ser uma missão de coleta de amostras não é algo que surpreendeu o mundo, já que é uma diretriz do primeiro ministro indiano, sempre superar desafios, buscando coisas maiores, e na Índia existe um planejamento de longo prazo tanto para a exploração espacial como para a exploração da Lua. Coletar amostras é só um passo no programa que tem objetivos muito maiores como pousar astronautas indianos na Lua em 2040!!!