Vocês lembram que em março de 2022 foi identificado que algo havia se chocado com a Lua e criado duas crateras no nosso satélite? Muitas especulações começaram a aparecer, entre elas de que era um pedaço de um foguete chinês. Depois de quase 1 ano e meio de pesquisa, os investigadores confirmaram a identidade do objeto que se chocou com a Lua em 4 de março de 2022, e explicaram porque um pedaço de detrito espacial deixou duas crateras na superfície do nosso satélite ao invés de uma.
De acordo com a equipe de pesquisadores, o objeto é o corpo do foguete Long March 3C da China descartado da missão Chang’e 5-TI em 2014. Essa missão foi projetada para realizar testes para o módulo lunar que veio a seguir na missão Chang’e 5.
Até aí tudo bem, o problema era a cratera dupla, a cratera dupla surgiu porque junto com isso tinha uma carga útil não declarada. No entanto, vale lembrar que as crateras estão no chamado lado oculto da Lua e só se um dia irmos até lá para podermos comprovar o que era essa carga.
Os pesquisadores disseram que essa é a primeira vez que eles veem a formação de uma cratera dupla na Lua.
O que se sabe é que no caso da Chang’e 5-TI o impacto foi direto, por isso, para se obter uma cratera dupla seria necessário outro objeto ou outra carga, e como as crateras são parecidas as duas cargas teriam que ter o mesmo tamanho aproximado.
Os astrônomos rastrearam o objeto que recebeu o nome de WE0913A, desde a sua descoberta, realizada pelo Catalina Sky Survey em março de 2015 até o seu encontro com a superfície lunar em 2022.
Para quem não se lembra, no começo, suspeitou-se de ter sido um impulsionador da SpaceX, mas logo as suspeitas foram direcionadas para a missão chinesa de 2014.
Nesse último estudo a equipe de pesquisadores analisou o movimento do objeto e as mudanças na sua luz refletida pouco antes do impacto para poder assim descobrir o que era exatamente.
A rotação do objeto pelo espaço, apontou para uma segunda massa que estava na verdade atuando como contrapeso com relação aos motores de um dos lados do foguete, o que também explica a cratera dupla.
O problema é alguém assumir isso, a CSNA não diz o que tinha a mais no foguete, pode ser muita coisa, desde uma estrutura de suporte extra, ou um instrumento adicional ou qualquer outra coisa. Provavelmente nós nunca saberemos.
Vale lembrar que o descarte de estágios de foguetes no espaço é algo que acontece faz muito tempo, e que muitos foguetes, ou partes acabam colidindo com a Lua. Esse incidente só reforça a ideia de como o chamado lixo espacial está se tornando um problema cada dia maior.
Enquanto estiver se chocando com a Lua e ninguém estiver morando por lá tudo bem. O ponto é que esse lixo espacial pode representar um sério risco a satélites que precisam funcionar corretamente e até mesmo à Estação Espacial Internacional. É verdade também que boa parte do lixo espacial acaba queimando na atmosfera da Terra, porém alguns sempre escapam e podem se tornar um problema.
O ponto é, qualquer coisa que seja enviada para o espaço precisa ser rastreada com precisão para não termos sérios problemas.
Também é muito importante lembrar que daqui a alguns anos, se tudo correr como o esperado estaremos na Lua de forma definitiva, explorando o nosso satélite, e por conta disso, é preciso conhecer muito bem a órbita desses objetos, dos lixos espaciais, para que não tenhamos nenhuma supressa desagradável.
Aqui, podemos então encerrar o caso das crateras lunares, foram dois objetos da China que se chocaram com a Lua, um deles uma parte do foguete da missão Chang’e 5-TI e o outro objeto uma carga desconhecida.